Fundo Multimercado: tipos, estratégias, tributação e como investir
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time de Especialistas de Mercado da StoneX
O que é e como funciona um fundo de investimento multimercado?
Um fundo multimercado é um tipo de investimento que se destaca pela flexibilidade de aplicar em diversas classes de ativos, como renda fixa, ações, câmbio e derivativos. Essa característica permite ao gestor do fundo buscar as melhores oportunidades do mercado, adotando uma gestão ativa com o objetivo de obter retornos superiores a benchmarks como o CDI. A diversificação é um dos principais atrativos, pois reduz os riscos ao distribuir os investimentos entre diferentes setores e estratégias.
Existem tipos de fundos multimercado baseados em estratégias, como os macro, que apostam em cenários econômicos globais; os trading, focados em operações de curto prazo; os long and short, que combinam posições compradas e vendidas em ações; e os alavancados, que utilizam derivativos para tentar potencializar os ganhos — o que também aumenta os riscos.
Entre as vantagens estão a gestão profissional, o potencial de retorno acima da média e a diversificação. Por outro lado, os desafios incluem a possibilidade de alta volatilidade, taxas de administração e performance, e a complexidade das estratégias.
Quem pode investir em fundos multimercado?
Este fundo pode ser utilizado pelo público em geral, que utilizam esse método de investimento para diversificar o caixa, buscar rentabilidade sobre recursos ociosos ou estruturar investimentos estratégicos. Para investir, é necessário preencher um cadastro, assinar o termo de adesão e responder ao questionário de perfil de investidor.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) classifica os investidores em três categorias:
- Geral: acesso a fundos com menor complexidade em sua estratégia
- Qualificado: mais de R$ 1 milhão investido ou certificações financeiras.
- Profissional: mais de R$ 10 milhões investidos ou instituições financeiras.
A StoneX Investimentos é devidamente autorizada pela CVM para a prestação de serviços de gestão de carteiras de valores mobiliários e atua em conformidade com os regulamentos da autarquia, além de seguir as práticas da ANBIMA.
Por que investir em um fundo multimercado?
Conforme já exposto, investir em um fundo multimercado pode ser uma excelente estratégia para quem busca flexibilidade e maior potencial de retorno. Isso se deve à liberdade que os gestores têm para adotar diferentes estratégias.
Além disso, esses fundos são uma boa opção para proteger o patrimônio em momentos de volatilidade, aproveitando oportunidades em diferentes mercados. São indicados para investidores com perfil moderado a agressivo, que buscam uma melhor relação risco-retorno.
Fundos multimercado também são frequentemente usados em estruturas de fundos exclusivos ou restritos por sua flexibilidade e variedade. Fundos exclusivos (para um único cotista) e restritos (com poucos cotistas) permitem estratégias personalizadas, ideais para planejamento patrimonial e sucessório.
Quais são os tipos e estratégias de fundos multimercado?
Balanceados
Os fundos multimercados balanceados investem em diversas classes de ativos, como renda fixa, ações e câmbio, com uma alocação equilibrada — geralmente entre 20% e 40% em renda variável. Possuem gestão ativa, permitindo ajustes conforme o cenário econômico, e buscam retornos superiores ao CDI, com risco moderado.
A liquidez varia conforme o fundo, podendo ter prazos de resgate mais longos. A tributação segue a tabela regressiva do IR e inclui o come-cotas semestral. São indicados para investidores de médio a longo prazo e oferecem transparência por meio de relatórios periódicos com a estratégia e desempenho da carteira.
Dinâmicos
Os dinâmicos investem em diversas classes de ativos, como renda fixa, ações, câmbio e derivativos, com total flexibilidade na alocação. A gestão é ativa, permitindo ajustes rápidos conforme o cenário econômico, com foco em maximizar o retorno ajustado ao risco.
Por apresentarem maior volatilidade, são indicados para investidores com perfil moderado a arrojado e horizonte de médio a longo prazo. A tributação segue a tabela regressiva do IR, com come-cotas semestral, e a liquidez varia conforme o fundo.
Livre
Os fundos multimercado livre oferecem máxima flexibilidade na alocação de ativos, podendo investir livremente em renda fixa, ações, câmbio, derivativos e ativos no exterior. A gestão é altamente ativa, com estratégias que variam bastante entre os gestores, o que exige atenção ao perfil de cada fundo.
Por apresentarem maior potencial de retorno e volatilidade, são indicados para investidores com perfil arrojado e horizonte de médio a longo prazo. A tributação segue a tabela regressiva do IR, com come-cotas semestral, e a liquidez depende das regras de cada fundo.
Macro
Análises macroeconômicas são determinantes para definir as estratégias deste tipo de fundo, considerando fatores como juros, inflação, câmbio e política econômica, tanto no Brasil quanto no exterior. Com liberdade para investir em diversas classes de ativos (renda fixa, ações, moedas, derivativos, etc.), esses fundos buscam antecipar movimentos de mercado e gerar retornos consistentes.
Estratégia Macro
A estratégia Macro em fundos multimercado busca lucros a partir de investimentos em diversos ativos — como juros, câmbio, ações e commodities — com base em análises macroeconômicas. Ou seja, os gestores tomam decisões a partir de projeções sobre o comportamento da economia, tanto nacional quanto internacional, utilizando-se inclusive de derivativos para potencializar ganhos.
Ela tende a ter bom desempenho em cenários de alta volatilidade, capturando oportunidades de arbitragem, em mudanças de taxa de juros podem se posicionar antecipadamente ou, em crises econômicas navegar bem em cenários incertos. Já em mercados com baixa volatilidade, o desempenho pode ser prejudicado.
É indicada para investidores com perfil de maior apetite a risco com horizonte de médio a longo prazo, já que os efeitos das decisões macroeconômicas podem levar tempo para se refletir nos mercados.
Trading
Um fundo multimercado trading é um tipo de investimento com alta flexibilidade, que aplica em diferentes ativos como renda fixa, ações, câmbio e derivativos. Seu diferencial está na gestão ativa e dinâmica, com foco em operações de curto e médio prazo, buscando janelas de oportunidade com atuação dinâmica no mercado.
Esses fundos podem usar alavancagem e estratégias complexas, o que aumenta o potencial de retorno, mas também o risco e a volatilidade.
Estratégia Trading
Ela tende a ter bom desempenho em cenários de alta volatilidade, eventos macroeconômicos relevantes e mercados com movimentos mais nítidos de tendência. Já apresenta resultados mais fracos em mercados laterais, com baixa liquidez ou quando há erros de timing.
É indicada para investidores com perfil arrojado, tolerantes a riscos e volatilidade, e com horizonte de investimento de curto a médio prazo.
Long and Short (direcional e neutro)
Os fundos multimercado Long and Short são uma estratégia que busca lucrar com a diferença de desempenho entre dois ativos — comprando um (posição long) e vendendo outro (posição short). Em 2025, continuam populares no Brasil, especialmente entre investidores qualificados que buscam retornos mesmo em cenários de queda do mercado.
Existem dois tipos principais: o direcional, com viés de mercado, e o neutro, que busca neutralizar o risco.
Estratégia Long & Short
É eficaz em cenários com alta dispersão entre ativos, volatilidade moderada e melhor forma de se proteger contra juros em queda, mas pode ter desempenho fraco em mercados muito correlacionados, com choques sistêmicos ou volatilidade extrema sem direção clara.
É mais adequada para investidores com perfil moderado a arrojado, que tenham horizonte de médio a longo prazo e busquem diversificação com estratégias que não dependem apenas da alta do mercado.
Juros e moedas
Os fundos multimercado Juros e Moedas são voltados para quem busca oportunidades nos mercados de taxas de juros e câmbio, com gestão ativa e foco em cenários macroeconômicos. Em 2025, continuam relevantes no Brasil, oferecendo volatilidade moderada e retornos consistentes, mesmo com menor exposição à renda variável.
Esses fundos lucram com a alta ou queda dos juros, valorização ou desvalorização de moedas (como dólar e euro) e operações estruturadas.
São indicados para investidores com perfil moderado a agressivo, que acompanham o cenário econômico e buscam diversificação com menor risco de ações, além de gestores de fundos que apostam em soluções de risco cambial e taxas de juros.
Estratégia Juros e Moedas
Tende a ter bom desempenho em ambientes com com maior direcionalidade, como ciclos definidos de política monetária e diferenciação entre países. Já em cenários incertos, com intervenções inesperadas ou mercados sem direção, o desempenho pode ser prejudicado.
É indicada para investidores com perfil moderado a arrojado, que aceitam volatilidade e têm horizonte de médio a longo prazo. É uma boa opção para quem busca diversificação e exposição a fatores macroeconômicos globais, tudo isso com olhar atento além de gestores de fundos que apostam em soluções de risco cambial e taxas de juros.
Capital protegido
Fundos multimercado com capital protegido são investimentos que combinam diversificação e segurança. Eles aplicam em diferentes ativos (como ações e renda fixa) e garantem a devolução do valor investido no vencimento, mesmo que o mercado oscile.
As principais vantagens são a proteção do capital, acesso a estratégias sofisticadas e diversificação. No entanto, o investidor deve estar atento à baixa liquidez (não é possível resgatar antes do vencimento), à rentabilidade limitada por barreiras e à tributação regressiva.
Investimento no exterior
Este é uma opção para quem busca diversificação e proteção contra riscos locais. Eles aplicam em diferentes ativos — como ações, renda fixa e moedas — tanto no Brasil quanto fora dele, permitindo acesso a mercados mais desenvolvidos e moedas fortes como o dólar e o euro.
Apesar das vantagens, esses fundos envolvem riscos como a volatilidade e o impacto do câmbio, sendo mais indicados para investidores qualificados e com perfil arrojado.
Outras estratégias:
Estratégia específica
Fundos multimercado de estratégia específica são investimentos que concentram seus recursos em uma única tese, como crédito privado, arbitragem ou setores específicos. Essa abordagem permite maior especialização e potencial de retorno, mas também envolve riscos mais concentrados.
Alguns dos fundos mais rentáveis no Brasil são voltados para investidores qualificados, seguem tributação de longo prazo e operam como condomínios abertos.
Estratégia Arbitragem
A estratégia de arbitragem busca lucros com distorções temporárias de preços entre ativos relacionados, sem depender da direção do mercado. O gestor monta posições simultâneas de compra e venda para capturar essas ineficiências, com foco em retornos estáveis e baixo risco direcional.
Ela tende a ter bom desempenho em mercados eficientes com volatilidade moderada, onde essas distorções são mais comuns. Já em momentos de crise ou alta correlação entre ativos, o desempenho pode ser prejudicado.
É indicada para investidores conservadores a moderados, com horizonte de médio a longo prazo, que buscam consistência e menor volatilidade, valorizando estratégias técnicas e bem controladas.
Estratégia Crédito Privado
A estratégia de crédito privado em fundos multimercado busca retorno superior ao CDI investindo em títulos de dívida de empresas, como debêntures, CRIs e CRAs, serviços de financiamento dos mercados de capital de dívida e outros títulos de empresas, buscando retornos superiores aos da renda fixa tradicional. Ela se baseia na análise de crédito, diversificação e gestão ativa para aproveitar ineficiências do mercado.
Funciona melhor em cenários de juros estáveis ou em queda, baixa volatilidade e economia em recuperação, quando o risco de inadimplência é menor. Já em momentos de crise econômica, alta de juros ou problemas de liquidez, o desempenho tende a ser prejudicado.
É indicada para investidores com perfil moderado a arrojado, que tenham horizonte de médio a longo prazo e aceitem menor liquidez em troca de maior potencial de retorno.
Tipo de Fundo | Descrição | Perfil de Risco | Objetivo Principal |
---|---|---|---|
Balanceado | Combina renda fixa e variável com alocação equilibrada. | Moderado | Diversificação com equilíbrio entre risco e retorno. |
Dinâmico | Flexível, com liberdade para mudar a alocação conforme o cenário. | Moderado a alto | Aproveitar oportunidades de mercado com agilidade. |
Livre | Sem restrições de alocação entre ativos. | Variável | Máxima liberdade para o gestor buscar rentabilidade. |
Macro | Baseado em cenários macroeconômicos globais e locais. | Alto | Ganhos com tendências econômicas e políticas. |
Trading | Opera no curto prazo com alta rotatividade de ativos. | Alto | Lucros rápidos com movimentações táticas. |
Long and Short Direcional | Compra de ativos com expectativa de alta e venda de ativos com expectativa de queda, com viés direcional. | Alto | Ganhar com a diferença entre ativos, apostando em tendências. |
Long and Short Neutro | Estratégia parecida, mas com exposição neutra ao mercado. | Moderado | Minimizar risco de mercado, focando no desempenho relativo. |
Juros e Moedas | Focado em estratégias com taxas de juros e câmbio. | Moderado a alto | Aproveitar variações de política monetária e cambial. |
Capital Protegido | Garante parte ou todo o capital investido, com exposição limitada a risco. | Baixo a moderado | Rentabilidade com proteção do capital. |
Estratégia Específica | Foco em uma única estratégia (ex: arbitragem, crédito privado). | Variável | Especialização em uma tese de investimento. |
Onde investem os fundos multimercado e quais são os riscos?
Fundos multimercado são uma categoria de fundos de investimento que se caracterizam pela flexibilidade na alocação de recursos. Eles podem investir em diferentes classes de ativos, como:
Onde investem os fundos multimercado
- Renda fixa: Títulos públicos (como Tesouro Direto) e privados (como CDBs, debêntures).
- Renda variável: Ações, ETFs, BDRs, cotas de fundos, derivativos.
- Câmbio: Moedas estrangeiras, como dólar e euro.
- Derivativos: Contratos futuros, opções e swaps, usados tanto para proteção (hedge) quanto para alavancagem.
- Investimentos no exterior: Alguns fundos aplicam parte do patrimônio em ativos internacionais.
Essa diversidade permite que o gestor busque melhor rentabilidade ajustada ao risco, aproveitando oportunidades em diferentes mercados.
Principais riscos dos fundos multimercado
- Risco de mercado: Oscilações nos preços dos podem apresentar oscilações, tanto positivas quanto negativas, de acordo com o comportamento dos ativos e das decisões de alocação.
- Risco de crédito: Possibilidade de inadimplência dos emissores dos títulos de renda fixa.
- Risco de liquidez: Dificuldade de vender ativos rapidamente sem perda significativa de valor.
- Risco cambial: Variações no valor de moedas estrangeiras podem afetar o desempenho.
- Risco de alavancagem: Alguns fundos usam derivativos para aumentar exposição, o que pode amplificar ganhos e perdas.
- Risco de gestão: A performance depende da habilidade do gestor em tomar boas decisões.
Como escolher e investir em fundos multimercado
Encontre a classificação de risco do fundo
A classificação de risco de fundos multimercado pode ser consultada por meio da ANBIMA e da CVM. A ANBIMA organiza os fundos em três níveis: classe (tipo de ativo predominante), tipo (estratégia do fundo) e grau de risco (baseado na volatilidade e nos ativos). Já a CVM exige que o nível de risco esteja descrito no regulamento e na lâmina do fundo, documento que também traz o perfil do investidor recomendado e a composição da carteira. Essas informações estão disponíveis no site da ANBIMA, no Portal do Investidor da CVM ou nos sites das corretoras e bancos.
Verifique se a aplicação mínima se encaixa no seu bolso
Antes de investir em um fundo multimercado, é essencial verificar se o valor da aplicação mínima está alinhado com seu perfil de investidor, seus objetivos financeiros e sua capacidade de diversificação. Certifique-se de que o investimento não compromete sua reserva de emergência e que está de acordo com seus planos de médio ou longo prazo. Avalie também a liquidez do fundo, ou seja, quanto tempo leva para resgatar o dinheiro, e compare com outras opções semelhantes no mercado. Por fim, analise se as taxas cobradas são compatíveis com o valor aplicado e com o desempenho esperado.
Compare o rating dos fundos
Para comparar fundos multimercado, comece avaliando se eles estão alinhados com seus objetivos e perfil de risco. Analise a rentabilidade histórica, mas lembre-se de que ela não garante resultados futuros. O índice de Sharpe ajuda a entender o retorno ajustado ao risco, enquanto a volatilidade mostra o quanto o fundo oscila.
Verifique o benchmark usado e se o fundo costuma superá-lo. Compare também as taxas de administração e performance, que impactam diretamente no retorno líquido. A liquidez é importante — veja os prazos de cotização e resgate.
Considere ainda a estratégia do fundo, a qualidade da gestão e os ratings de plataformas especializadas que avaliam desempenho, risco e consistência.
Analise a performance e rentabilidade
Analisar fundos multimercado de forma geral envolve observar indicadores como rentabilidade, volatilidade, índice de Sharpe (retorno ajustado ao risco) e drawdown (maior perda no período). Esses dados devem ser comparados com benchmarks como CDI, IPCA ou Ibovespa.
Também é importante entender as estratégias do fundo, que podem incluir abordagens macroeconômicas, trading de curto prazo, long & short e operações com juros e moedas. Cada estratégia responde de forma diferente ao mercado e impacta a performance.
Na prática, o investidor deve acompanhar os relatórios mensais dos fundos, usar plataformas de comparação e considerar seu perfil de risco — já que esses fundos são mais indicados para perfis moderado a agressivo.
Descubra o benchmark
Para descobrir o benchmark de um fundo multimercado, você pode consultar a lâmina ou o regulamento do fundo, disponíveis nas plataformas de investimento. Também é possível verificar essas informações nos sites da CVM ou da Anbima, que reúnem dados oficiais dos fundos.
Os benchmarks mais comuns incluem o CDI, usado por fundos mais conservadores; o IPCA + spread, para estratégias que buscam retorno real acima da inflação; índices compostos, como 50% CDI + 50% Ibovespa, em fundos com renda variável; e índices internacionais, como o S&P 500, em fundos com exposição global.
O benchmark funciona como uma referência de desempenho: fundos com gestão ativa buscam superá-lo, enquanto fundos passivos tentam replicá-lo.
O que levar em conta antes de investir
Antes de investir em fundos multimercado, é essencial considerar o cenário econômico, especialmente em momentos de juros altos e volatilidade, que impactam diretamente o desempenho desses fundos. Eles são mais indicados para investidores com perfil moderado a agressivo, que buscam retornos no médio ou longo prazo e toleram oscilações.
Entender a estratégia do fundo — como macro, trading, long & short ou juros e moedas — ajuda a alinhar o investimento aos seus objetivos. Também é importante avaliar a experiência da gestão, o histórico de desempenho e as taxas cobradas, como administração e performance, que podem afetar a rentabilidade.
Rendimento, resgate e custos dos fundos multimercado
Rendimento
O rendimento desses fundos depende de vários fatores. Um dos principais é a estratégia do gestor, que define como os recursos serão alocados. Fundos mais conservadores tendem a priorizar ativos de menor risco, enquanto os mais agressivos buscam retornos maiores assumindo mais volatilidade. Além disso, o cenário econômico — como taxas de juros, inflação e câmbio — influencia diretamente o desempenho dos ativos da carteira.
Outro ponto importante é a marcação a mercado, que consiste na reavaliação diária dos ativos com base nos preços atuais. Isso faz com que o valor das cotas do fundo oscile diariamente, refletindo ganhos ou perdas. O investidor, ao aplicar em um fundo multimercado, adquire cotas, e seu rendimento será determinado pela valorização ou desvalorização dessas cotas ao longo do tempo.
Por fim, é preciso considerar as taxas cobradas, como a taxa de administração e, em alguns casos, a taxa de performance. Elas impactam o rendimento líquido do investidor.
Resgate
O resgate de fundos multimercado funciona assim: o investidor solicita o resgate das cotas, e o valor a receber depende do preço da cota no dia da cotização, que pode ocorrer em D+0, D+1 ou mais dias úteis. Em seguida, vem a liquidação do resgate, momento em que o valor é transferido para a conta do investidor. Esse prazo costuma ser de D+1 a D+2, dependendo das características operacionais do fundo.
A tributação segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, variando de 22,5% a 15%, conforme o tempo da aplicação. Além disso, há o come-cotas, que antecipa parte do IR duas vezes por ano (maio e novembro), reduzindo o número de cotas proporcionalmente.
Custos
Os principais encargos incluem a taxa de administração, taxa de gestão e taxa de performance sobre o que exceder um benchmark como o CDI; e, ainda a taxa de custódia, embora muitas vezes já esteja incluída na taxa de administração. Além disso, há despesas operacionais menores, como auditoria, escrituração e taxas regulatórias. Por isso, é essencial avaliar esses custos em conjunto com o desempenho histórico e o nível de risco do fundo antes de investir.
Tributação dos fundos multimercado
Como funciona
A tributação dos fundos multimercado no Brasil passou por mudanças significativas com a Medida Provisória nº 1.303/2025, que entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026. Até então, esses fundos seguiam a tabela regressiva do Imposto de Renda, com alíquotas que variavam conforme o prazo da aplicação: 22,5% para aplicações de até 180 dias, 20% de 181 a 360 dias, 17,5% de 361 a 720 dias e 15% para investimentos acima de 720 dias. Além disso, havia o mecanismo conhecido como “come-cotas”, que antecipava semestralmente o recolhimento do imposto.
Com a nova regra, a tributação dos fundos multimercado será unificada, com uma alíquota fixa de 17,5% para pessoas físicas, independentemente do prazo de permanência no investimento. A tabela regressiva será extinta, assim como o benefício fiscal para aplicações de longo prazo. Outra mudança importante é a possibilidade de compensar prejuízos com lucros obtidos em outros ativos financeiros, como ações, derivativos e outros fundos, o que amplia a flexibilidade para o investidor.
Como declarar o imposto de um fundo multimercado
Para declarar um fundo multimercado no IR 2025, é preciso informar os rendimentos e o saldo investido. Os rendimentos vão na ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, com o código 06 – Aplicações financeiras, usando os dados do Informe de Rendimentos (nome, CNPJ da fonte pagadora e valor).
O saldo deve ser declarado na ficha “Bens e Direitos”, grupo 07 – Fundos, código 01 – Fundos sujeitos à tributação periódica (come-cotas). Informe o CNPJ do fundo, o nome do administrador e o valor em 31/12/2024.
A tributação segue a tabela regressiva, variando conforme o prazo da aplicação. Além disso, há o come-cotas, um imposto antecipado cobrado em maio e novembro, que reduz o número de cotas do investidor.
Vantagens e desvantagens dos fundos multimercado
Os fundos multimercado são investimentos que permitem aplicar em diferentes tipos de ativos, como soluções comerciais de renda fixa, por exemplo, entre outros já citados. Por outro lado, envolvem maior risco e volatilidade, além de taxas elevadas (administração e performance) que podem reduzir os ganhos.
Confira abaixo as principais vantagens e desvantagens deste tipo de fundo:
Aspecto | Vantagens | Desvantagens |
---|---|---|
Diversificação | Permite investir em diferentes classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio) | Pode ser difícil entender exatamente onde o dinheiro está alocado |
Gestão profissional | Contam com gestores especializados que buscam as melhores oportunidades | Resultados dependem da habilidade do gestor |
Potencial de retorno | Maior que a renda fixa tradicional, especialmente no longo prazo | Também envolve maior risco, podendo haver perdas |
Flexibilidade de estratégia | Podem adotar estratégias variadas (long & short, arbitragem, alavancagem) | Estratégias complexas podem ser difíceis de acompanhar para investidores leigos |
Liquidez | Muitos fundos oferecem resgate em poucos dias úteis | Alguns têm prazos de resgate longos ou carência |
Acessibilidade | Existem fundos com aplicação inicial baixa | Fundos com melhor performance costumam exigir aportes maiores |
Tributação | Tributação regressiva pode ser vantajosa no longo prazo | "Come-cotas" semestral reduz o rendimento automaticamente |
Transparência | Relatórios periódicos e regulação pela CVM | Nem sempre é fácil entender a composição e a estratégia do fundo |
Proteção contra inflação | Alguns fundos conseguem superar a inflação com boa margem | Não há garantia de proteção, especialmente em cenários adversos |
Quando vale a pena investir em fundos multimercado?
Investir em fundos multimercado vale a pena quando o investidor busca diversificação e está disposto a assumir um pouco mais de risco em troca de retornos potencialmente maiores. Em 2025, com a Selic alta e expectativa de queda, esses fundos têm se destacado, especialmente os com gestão ativa e foco macroeconômico. Eles aplicam em diferentes classes de ativos, o que ajuda a diluir riscos e aproveitar oportunidades variadas.
No entanto, não são ideais para quem precisa de liquidez imediata ou tem perfil conservador, já que podem apresentar volatilidade e prazos de resgate mais longos. Avaliar o histórico do fundo e a qualidade da gestão é essencial antes de investir.
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