Convertible Bonds: O que são títulos conversíveis, definição e exemplos
Artigo revisado pelo —
time de Especialistas de Mercado da StoneX
O que são convertible bonds?
Um título conversível (convertible bond) é um título de renda fixa emitido por empresas que, além de pagar juros periódicos, oferece ao investidor a opção de convertê-lo em ações ordinárias do emissor. Essa conversão pode ocorrer em um número predeterminado de ações e em diversos momentos durante o ciclo de vida do título, conforme a escolha do investidor.
Os títulos conversíveis são classificados como instrumentos híbridos, pois combinam características da renda fixa (com pagamentos de juros) e da renda variável (com potencial de conversão em ações). Sua precificação e atratividade podem ser influenciadas por vários fatores, incluindo:
- Preço das ações subjacentes;
- Classificação de crédito da emissão;
- Variações nas taxas de juros.
O preço de mercado (market price) das ações subjacentes pode afetar significativamente a taxa de conversão.
A conversão de um título segue dois parâmetros fundamentais:
- Taxa de conversão: Número de ações ordinárias recebidas pelo investidor ao converter o título. A taxa de conversão (conversion ratio) pode variar dependendo dos preços de mercado.
- Preço de conversão: Valor por ação pelo qual o título pode ser convertido em ações ordinárias. A quantidade de ações emitidas (number of shares) pode ser impactada pela conversão, especialmente em cenários de preços de mercado flutuantes.
Vale destacar que a conversão não é obrigatória. O investidor pode optar por manter o título até o vencimento, recebendo os juros e o valor principal na data estipulada.
Qual é a diferença entre os títulos conversíveis e os títulos tradicionais?
Os títulos conversíveis e os títulos tradicionais possuem semelhanças, mas há diferenças essenciais que podem impactar a decisão do investidor.
A primeira grande diferença está na valorização do capital. Com um título conversível, o investidor pode se beneficiar da valorização das ações caso decida converter o título em ações da empresa emissora. No entanto, é importante entender como os preços de mercado podem influenciar a fórmula de conversão, pois uma conversão baseada em preços de mercado pode levar a reduções dramáticas no stock price da empresa, afetando tanto a empresa quanto os acionistas. Já os títulos tradicionais (ou não conversíveis) não oferecem essa oportunidade, funcionando apenas como instrumentos de dívida que pagam juros fixos.
Outra distinção importante está nas taxas de juros. Os títulos conversíveis geralmente pagam juros menores do que os títulos tradicionais, pois oferecem o potencial de conversão em ações, o que pode resultar em um ganho de capital futuro para o investidor.
Em contrapartida, os títulos não conversíveis oferecem taxas de juros mais elevadas para compensar a falta dessa opção de conversão. Comparando a rentabilidade, a taxa de juros dos títulos conversíveis pode ser inferior à de outros tipos de dívida, mas a opção de conversão pode trazer benefícios futuros.
No mercado secundário, ambos os tipos de títulos podem ser negociados antes do vencimento, permitindo ao investidor comprar ou vender seus papéis conforme suas estratégias de liquidez. No entanto, a classificação de crédito da empresa emissora e as condições do mercado financeiro podem impactar drasticamente a liquidez de ambos os tipos de ativos.
As empresas podem emitir títulos conversíveis e não conversíveis, dependendo do apetite dos investidores por risco e liquidez. Se houver demanda por flexibilidade e possibilidade de conversão, os títulos conversíveis tendem a ser mais procurados. Por outro lado, investidores que priorizam retornos fixos e previsíveis podem preferir títulos tradicionais.
Por fim, os títulos conversíveis podem ser uma ferramenta estratégica para reequilibrar portfólios compostos por muitos instrumentos de dívida. A possibilidade de converter os títulos em ações sem precisar vendê-los aumenta a flexibilidade do investidor, tornando-os uma alternativa atrativa dentro da alocação de ativos no mercado financeiro.
Característica | Títulos Conversíveis | Títulos Tradicionais |
---|---|---|
Potencial de valorização | Alto - Depende do preço das ações, mas pode causar diluição acionária | Baixo - Apenas pagamento fixo |
Rendimento de juros | Menor que títulos tradicionais | Maior que títulos conversíveis |
Risco de crédito | Moderado - Depende da saúde financeira da empresa | Baixo - Mais previsível |
Liquidez no mercado | Variável - Depende da demanda e do preço da conversão | Alta - Negociação mais ativa no mercado secundário |
Opção de conversão | Sim - Pode ser convertido em ações | Não - Apenas rendimento fixo |
Características dos títulos conversíveis
Opção de conversão
Os títulos conversíveis (convertible bonds) incluem uma opção de conversão, permitindo que o investidor troque o título por ações da empresa emissora. Essa característica os diferencia dos títulos tradicionais, pois dá ao investidor a flexibilidade de escolher entre manter o investimento em renda fixa ou migrar para renda variável caso as condições de mercado sejam favoráveis.
Pagamentos de taxa de juros
Assim como outros instrumentos de renda fixa, os títulos conversíveis pagam juros periódicos aos detentores. No entanto, suas taxas de cupom e de juros costumam ser mais baixas do que as dos títulos não conversíveis, já que oferecem o benefício adicional da possibilidade de conversão.
Essa redução nas taxas de juros funciona como uma compensação para a empresa emissora, que pode captar recursos com um custo menor, enquanto os investidores aceitam um retorno menor em troca da opção de conversão futura.
Data de vencimento
Tanto os títulos conversíveis quanto os títulos convencionais possuem uma data de vencimento fixa, na qual o valor principal do título deve ser reembolsado pelo emissor.
Caso o investidor não exerça a conversão, o título vence normalmente, e ele recebe o valor nominal investido inicialmente. Essa característica torna os títulos conversíveis uma alternativa híbrida, pois une a segurança da renda fixa com a potencial valorização da renda variável.
Índice de conversão
O índice de conversão define quantas ações o investidor receberá caso decida converter seu título conversível. Esse índice é fixado no momento da emissão do título e é expresso como uma proporção de ações por título.
Por exemplo, um índice de conversão de 5:1 significa que cada título poderá ser convertido em cinco ações da empresa. Esse índice é essencial para determinar o potencial de valorização da conversão, tornando-se um fator importante na precificação do título conversível.
Preço de conversão
O preço de conversão representa o valor pelo qual o título pode ser convertido em ações da empresa emissora. Normalmente, ele é estabelecido acima do preço atual das ações no momento da emissão do título, oferecendo um prêmio sobre o valor de mercado.
Esse prêmio serve como uma proteção para a empresa emissora, garantindo que os títulos não sejam convertidos rapidamente e proporcionando maior previsibilidade na captação de capital em dívida.
Opções de compra e venda
Os títulos conversíveis podem incluir opções de compra e venda que conferem flexibilidade tanto ao investidor quanto à empresa emissora.
- Uma opção de compra permite que o emissor resgate o título antes do vencimento, geralmente a um preço premium.
- Uma opção de venda dá ao investidor o direito de vender o título de volta ao emissor por um preço predeterminado antes do vencimento, aumentando a liquidez do título.
Esses recursos tornam os títulos conversíveis mais dinâmicos e atrativos, permitindo estratégias de saída caso as condições de mercado se modifiquem.
Variedades de títulos conversíveis
Os títulos conversíveis vanilla podem ser mantidos até o vencimento ou convertidos em ações da empresa emissora. Caso o valor das ações tenha caído desde a emissão do título, o investidor pode simplesmente manter o título até o vencimento e receber seu valor nominal. Esses títulos são exemplos de “securities”, que são títulos financeiros que podem ser convertidos em ações da empresa.
Se o preço das ações subjacentes subir, o investidor pode optar pela conversão, obtendo lucro sobre a valorização dos papéis.
Já os títulos conversíveis obrigatórios são automaticamente convertidos em ações em uma data predeterminada, conforme estipulado na escritura do título. Esse tipo de título é utilizado por empresas que desejam captar recursos com um compromisso futuro de conversão em ações. Diferentes tipos de valores mobiliários convertíveis podem impactar a empresa e seus acionistas de várias maneiras, dependendo das condições de mercado e dos termos específicos de cada emissão.
Cálculo do preço de conversão de títulos conversíveis
O preço de conversão de um título conversível (convertible bond) geralmente é definido com um prêmio sobre o preço atual da ação, incentivando os investidores a manterem o título até o momento mais vantajoso para conversão. Esse mecanismo garante que os investidores possam adquirir ações da empresa emissora a um valor inferior ao preço de mercado, caso decidam converter.
O preço de conversão é determinado pela seguinte fórmula:
Preço de conversão = Valor nominal do título / Taxa de conversão
Por exemplo, suponha que um título conversível tenha um valor de face de R$ 2.000,00 e uma proporção de conversão de 20:1. Aplicando a fórmula:
R$ 2.000,00 ÷ 20 ações = R$ 100,00 por ação
Isso significa que, ao converter esse título, o investidor receberia ações da empresa ao preço de R$ 100,00 cada, independentemente da cotação da ação no mercado secundário no momento da conversão.
Quando um título conversível é emitido, a taxa de conversão é fixa durante todo o seu período de validade. Mesmo que o preço das ações da empresa sofra oscilações, a proporção de conversão permanecerá inalterada.
Em alguns casos, o título pode ser emitido com uma taxa de conversão menos atrativa, ou seja, em um valor inicialmente desfavorável para a conversão em ações. Se a conversão ocorrer a um preço igual ou inferior ao valor de mercado das ações ordinárias, os investidores poderiam obter um retorno imediato, tornando a estrutura do título menos eficiente para o emissor. Por esse motivo, em algumas situações, os investidores preferem manter o título como dívida, em vez de converter em patrimônio líquido.
Vantagens e desvantagens dos títulos conversíveis
Os títulos conversíveis oferecem benefícios que devem ser considerados na tomada de decisão dos investidores.
Principais vantagens:
- Taxas de cupom mais baixas: Por incluir a opção de conversão em ações, os títulos conversíveis geralmente oferecem juros mais baixos do que os títulos convencionais de renda fixa.
- Potencial de valorização: Caso a empresa apresente um bom desempenho, os investidores podem converter os títulos e obter lucro com a valorização das ações.
- Menos impacto negativo na estrutura de capital: As empresas podem emitir títulos conversíveis como uma alternativa menos dilutiva à emissão direta de ações, pois a conversão ocorre apenas se for vantajoso para o investidor.
Principais desvantagens:
- Risco de crédito: Investir em títulos conversíveis pode significar lidar com empresas com pouco histórico de lucro ou alto potencial de risco.
- Diluição das ações: Quando os títulos são convertidos em ações, aumenta-se o número de papéis em circulação, o que pode impactar o preço da ação e diluir a participação dos acionistas atuais. No contexto dos diferentes tipos de financiamentos de títulos conversíveis, é importante considerar os riscos associados aos arranjos de conversão baseados no preço de mercado, que podem afetar significativamente o valor dos títulos da empresa.
- Dependência da performance da empresa: Se a empresa emissora enfrentar dificuldades financeiras, o risco de inadimplência do título pode aumentar, reduzindo sua atratividade no mercado secundário.
O que é a taxa de conversão?
A taxa de conversão determina quantas ações um investidor receberá caso decida converter seu título conversível. Essa taxa é expressa na forma de uma proporção numérica.
Por exemplo, uma taxa de conversão de 5:1 significa que um único título pode ser convertido em cinco ações ordinárias da empresa emissora. Esse fator é crucial para avaliar se a conversão do título é vantajosa para o investidor, especialmente quando comparado ao valor das ações no mercado secundário.
Quando os investidores podem converter seus títulos?
Os investidores podem exercer a opção de conversão de seus títulos conversíveis a qualquer momento antes do vencimento, desde que todos os critérios e termos do título tenham sido cumpridos.
No entanto, algumas empresas estipulam que a conversão só poderá ocorrer após um período determinado. Esse mecanismo pode ser adotado para proteger o emissor de conversões precoces e manter o controle sobre sua estrutura de capital e diluição acionária.
O que é uma conversão forçada?
O emissor do título conversível pode incluir uma cláusula que permite a conversão forçada dos títulos em ações ordinárias. Isso significa que, caso o preço das ações exceda um valor pré-definido, o emissor pode obrigar os detentores a converterem os títulos.
Esse mecanismo é frequentemente utilizado para:
- Reduzir o pagamento de juros de títulos que poderiam permanecer na carteira dos investidores;
- Aumentar a base acionária da empresa de forma estratégica, sem a necessidade de novas emissões de ações no mercado de capitais;
- Evitar que os investidores mantenham os títulos até o vencimento, permitindo uma reestruturação da dívida com menor custo para a empresa emissora.
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